quarta-feira, 13 de abril de 2011

O ofício de leitor


          Responda: você gosta de ler? Sim? Não? E o quanto você lê? Pouco? Mais ou menos? Muito? Ou MUITO? Rsrs! Hoje eu me pergunto: o que seria da minha vida sem a Literatura? E, juro, não sei responder! Perguntaram a Lygia Fagundes Telles se ela morreria se não pudesse mais escrever. Resposta: "Não morreria, mas ficaria tão triste, que seria como se tivesse morrido." E você, leitor, que lê todos os dias e se considera um "viciado" em Literatura? Ou você que não lê assim vorazmente mas que de vez em quando lê um livro ou outro e sente prazer nisso? Eu te pergunto: o que você faria se te fosse vedado o direito de ler? O que aconteceria contigo se seus olhos não reconhecessem mais as palavras? Você morreria? Hum...?
          Difícil responder a perguntas desse tipo, não é? Fato: você NUNCA se imagina "mesmo" perdendo pra sempre aquilo que você mais gosta. Seja esse aquilo o que for. E quando, porventura, você tenta imaginar como seria a sua vida, ou o que seria de você, sem esse valoroso aquilo, algo de desagradável te invade e você descarta completamente a ideia, nem pensar mais nisso você quer. E você diz: "Oxi, mas isso nunca vai acontecer, ficar pensando nisso é besteira!"
          Voltando para o objetivo do texto. O ofício de leitor. O que você acha que seria esse ofício? Já parou pra pensar nisso? Talvez sim e tenha chegado a uma conclusão: não há nada de ofício nisso! Mas será que não? "Afinal", você diz, "só leio quando eu quero e só o que eu quero, portando, não vejo ofício nenhum nisso." Pode ser que você que pensa assim esteja certo. Ou que esteja tremendamente errado! Depende apenas de como a questão é analisada e por quem ela é analisada. Um "doente" como o que vos escreve acha que aquele que pensa dessa forma está muito, mas muito mesmo, errado! Há, sim, um ofício reservado aos leitores. Como há o ofício de escritor. 
          "Mas", você pergunta, "se há esse ofício, em que ele consiste?" E eu te respondo? Acho que não! Não tão objetivamente quanto você (e até mesmo eu) gostaria de ouvir uma resposta. Fato: cada um lê de uma forma, apenas o que quer e acha interessante. Alguns vão além disso e leem o que não os interessa também, apenas por um modismo ou por acharem que podem acabar se interessando. Certo? Sim, caso contrário eu não teria me metido a ler Crepúsculo e os famigerados que dão continuidade a este. E nesse caso foi pelos dois motivos juntos: modismo e por achar que seria interessante. O resultado escusa dizer. Mesmo! Rsrs!
          "Eu faço da leitura meu ofício?" ou "Eu sigo o ofício de leitor?", você deve estar se perguntando (ou não! rsrs!).  Me responda: quando você está lendo um livro, seja ele qual for, você sente a necessidade de lê-lo todos os dias ou passa dois, três ou mais dias sem ler? E se um dia você chega em casa, à noite, muito cansado, o que você faz? Cai na cama, com o desejo de dormir apenas, ou lê ao menos umas páginas, mesmo com aquela sensação de peso nos olhos, por que sente que isso é necessário pra você? Quando fica sem ler por "motivo de força maior", sente que está faltando alguma coisa no seu dia? E aquela velha pergunta no início do texto? "O que você faria se não pudesse mais ler?" Tente responder esta pergunta a si mesmo. Não é fácil e talvez você nem consiga, assim como eu. Juro que só o simples fato de tentar imaginar o que me aconteceria se me fosse vedado o direito de ler me dói estranhamente. Não sei explicar. E você? Hum...?
          Pense nas respostas dadas por você às perguntas que fiz anteriormente. E responda a si mesmo (e a mim também se quiser deixar um comentário!) sobre "o ofício de leitor". Você segue esse ofício? Sim? Não?

Amplexos!

sábado, 9 de abril de 2011

E a sua poesia preferida?



         Eu te pergunto: qual sua poesia preferida? E você? Responde? Não responde? Pensa um pouco pra depois responder? Ou admite que essa é uma pergunta para a qual você não tem uma resposta definida? Costumo dizer logo que esse tipo de pergunta não se faz! Assim como "qual seu filme preferido?" ou "qual seu livro preferido?" ou ainda "qual sua música preferida?" Não sei você, mas eu não tenho resposta pra nenhuma dessas perguntas.         
          Mas qual é mesmo sua poesia preferida? Eu quero saber! Tudo bem: não é mesmo questionamento que se faça, ainda mais pra um amante de poesia! Assim como não se faz a um cinéfilo a bizarra pergunta "qual seu filme preferido?"! E tem gente que ainda diz: "Mas só vale responder UM!" Rsrs!
          Mas e se a pergunta mudar um pouco?! "Quais suas poesias favoritas?" Fica mais fácil? Melhor ainda: me diga algumas das poesias que você mais gosta! Bem melhor, concorda? Aí você responde aquelas que primeiro vierem à sua mente! Você não vai se lembrar de todas, tudo bem. Mas a intenção é "algumas das que você mais gosta" e não "a sua preferida."
          
          Bom, deixemos de conversa fiada sobre a melhor ou pior forma de fazer ou responder essa pergunta! Seguindo o segundo método (algumas das que você mais gosta), vou colocar duas das minhas poesias  preferidas:

Amar
        Carlos Drummond de Andrade

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
............................

Lindo demais né? Aff... Sem palavras. Carlos Drummond de Andrade me deixa mesmo sem palavras! Acho que Pâmela concorda comigo! Rsrs!


Psicologia de Um Vencido
                                                          Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Pronfundissimamente hipocondríaco, 
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas - 
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
...........................

E aí? É Augusto dos Anjos! É o Poeta do Escarro! Mórbido até o osso! Mas existe verdade mais irreversível? Somos todos uns vencidos e o verme nos espreita... 

Digam, ao comentar, ao menos duas de suas poesias preferidas...

Amplexos!


sexta-feira, 8 de abril de 2011

Não Me Abandone Jamais (o livro)

         

            Como havia prometido, aqui estou, após terminada a leitura, para falar um pouco das minhas impressões a respeito do livro Não Me Abandone Jamais que, recentemente, originou o filme de mesmo nome (que ainda não tive a oportunidade de ver!).
            Kazuo Ishiguro, o autor, nasceu em Nagasaki, no Japão, em 1954, mas radicou-se com a família na Inglaterra aos seis anos de idade. É o autor do conhecido romance Os Resíduos do Dia que ganhou o Booker Prize de 1989 e foi, com grande sucesso, adaptado para as telas de cinema, dando origem ao aclamadíssimo filme Os Vestígios do Dia. Tem suas obras traduzidas em 28 idiomas.
            O livro é narrado em primeira pessoa pela protagonista Kathy H. Já mulher feita, com 31 anos, Kathy resolve passar toda a sua "estranha" vida em revista para nos explicar como chegou aonde ela está hoje e para denunciar a cruel realidade em que viveu tantos e tantos anos de sua vida. Não só ela como também seu amigos mais próximos - Ruth e Tommy - e milhares de outras crianças e adolescentes. A dolorosa história de Kathy e seus amigos se passa no interior da Inglaterra, no internato onde todos eles nasceram (isso mesmo: todos eles nasceram lá!) e cresceram. O internato se chama Hailsham. A uma pessoa de fora - e, à grande maioria dos de dentro -, Hailsham aparenta ser um lugar muito acolhedor e incrivelmente agradável para se viver. Mas, por que, mesmo com tanta perfeição, em Hailsham se respira um pesado ar de medo? E por que os alunos de Hailsham são tão diferentes e "especiais"? Para responder a essas e a muitas outras misteriosas perguntas, nos deixamos levar pela protagonista/narradora Kathy H.
"Me chamo Kathy H. Tenho trinta e um anos e sou cuidadora há mais de onze. Tempo demais, eu sei, mas eles querem que eu fique mais oito meses, até o fim do ano. O que dará quase exatos doze anos de serviço. Sei que o fato de ser cuidadora há tanto tempo não significa necessariamente que meu trabalho seja considerado fantástico." - Trecho inicial do livro.
            Há duas perguntas perturbadoras que o leitor se faz mas não encontra resposta até certo ponto da história: (1) o que significa ser um "cuidador"?; e (2) o que significa ser um "doador"? E, afirmo, quando essas e outras perguntas começam a ser respondidas, tornam-se ainda mais perturbadoras. Kathy H. é cuidadora e está, ela própria, prestes a ser tornar uma doadora. Logo a partir da primeira apresentação, começamos a entrar no terreno pantanoso das lembranças da nossa protagonista. E a se assustar cada vez mais com tantas revelações insólitas.

[A partir daqui só é aconselhável continuar se você já leu o livro, assistiu ao filme ou não pretende fazer nenhum dos dois. Rsrs!]

            O fato é que ela, seus amigos e todos os outros alunos "especiais" de Hailsham são clones! E clones criados com o mais macabro e absurdo dos propósitos: esses seres inocentes "vieram ao mundo" com o único objetivo de, a partir de determinada idade, começarem a fazer um treinamento para se tornarem "cuidadores" e, após alguns anos nessa função, passarem a "doadores". E o que fazem esses doadores? A essa altura você já deve ter percebido: quando são considerados "prontos", os doadores começam a se submeter a procedimentos cirúrgicos para a retirada de seus órgãos vitais (!!), levando-os, poucos anos depois do início das doações, à inevitável morte!
            Aí você se pergunta: "Mas pra onde vão os órgãos vitais dos tais doadores?" Respondo: esses órgãos vão salvar a vida de outras tantas pessoas com doenças que, até então, eram consideradas incuráveis como os diversos tipos de câncer. Muito justa a causa, não acha? Criar um clone e, em determinado momento,  começar literalmente a arrancar partes de seu corpo para salvar a vida de pais e mães de família, vovós queridas por todos, pessoas influentes e com muito dinheiro etc. Afinal é apenas um "clone"! E clone não tem alma, ou tem? Leia e depois me diga!

Bom livro! Merece ser lido!

Nota 9,0 para o livro em si.
Nota 5,5 para a tradução que deixa muito a desejar! Sou insuportável pro lado de tradução!

Amplexos...
   

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Fatos ocorridos em torno do livro "Não Me Abandone Jamais"

            A história que explica como eu me interessei por esse livro é interessante (ou não!). Uma amiga minha, Sophia, me falou sobre um filme chamado "Não Me Abandone Jamais" (Never Let Me Go, 2011) e mandou que eu desse uma olhada no trailer. Vi o trailer do filme na internet e achei bem interessante. Percebi logo que era o tipo de filme que me atrai: história melancólica e comovente! Sim, eu gosto de histórias tristes. Rsrs! E, pra completar, no trailer há uma cena maravilhosa que me deixou arrepiado (quase fui às lágrimas!). Enfim, fiquei empolgadíssimo pra assistir ao filme. Detalhe: até então, nem eu nem Sophia sabíamos da existência do livro. Pra mim, seria apenas mais um filme com roteiro original.
            Num belo dia, estou "passeando" pela biblioteca da minha universidade, sem ter muito o que fazer, olhando os livrinhos numa das sessões de Literatura Estrangeira, quando, de repente, eis que vislumbro (?!) uma lombada onde estava escrito: "Não Me Abandone Jamais", Kazuo Ishiguro. Qual não foi meu espanto! Rsrs! No ato, eu disse: "Vou pegar esse livro pra ler antes de ver o filme!" Contei a Pâmela pelo MSN e ela só conseguia dizer: "MENTIRA! PARAAAAAAA!!!" E Sophia: "Mentira véi"! Rsrs! Ou seja, pessoas estranhas! Mas o fato é que nenhum de nós sabia que o filme era baseado em livro. E muito menos que podíamos ter acesso a ele tão facilmente.
            Detalhe básico: essa loucura toda em torno desse livro e desse filme é culpa de Sophia. Concorda Pâmela? Motivo: a citada Sophia fez o favor de baixar o filme pela internet e assistir antes de todo mundo, ao invés de esperar estrear no cinema. E, como se não bastasse, saiu proclamando aos quatro ventos que o filme era isso e era aquilo, que era fantástico, lindo, perfeito e não sei mais o quê! Resultado: ficamos, eu e Pâmela, ainda mais loucos pra assistir. E até agora estamos. E vamos continuar por mais um tempo. Rsrs! Pois, ao contrário de Sophia, resolvemos esperar estrear pra ver na telona.
            Fato final: peguei o livro semana passada e estou terminando de ler. Se estou gostando ou não, deixemos pra depois. Rsrs! Espero, ao terminar, postar minhas opiniões sobre o romance. E, depois, sobre o filme.

 Amplexos...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Blog?!

              Primeira postagem. Que difícil esse negócio de blog (Thairane me enganou!). Pelo menos no início é muito complicado. Você vai escrever um texto e acaba sentindo raiva, muita raiva! É tanta função que esse bicho tem que dá desespero no inocente que vos fala, ou melhor, escreve. Rsrs! Mas pretendo ir me acostumando aos poucos... E, vou logo dizendo, se não der certo, a culpa é toda de Thairane. Mesmo. Rsrs!
              Segundo parágrafo da primeira postagem (fico até emocionado! Rsrs!). Quero agradecer (que coisa mais piegas!) a duas pessoas em especial: Thairane e Sophia. Thairane porque foi quem me deu a ideia de criar essa coisa "estranha" chamada blog e escrever uma besteira ou outra de vez em quando ("Já que você gosta tanto de ler, Ricardo!"). Valeu Thai, você é uma grande menina! Tudo bem, vai, média! Rsrs! E Sophia porque foi mais corajosa que eu e criou um blog antes de mim. Fiquei com inveja! Haha... Brincadeira, mas, depois de ver o dela, me deu vontade de ter um também... Valeu Sophi, mas fique sabendo que até hoje eu espero aquele filme há muito prometido: "Gladiador". Rsrs! Pâmela, Raízza e Veluma, não fiquem tristes! Também amo vocês. Hehe...
              
Sophia recebendo a notícia do blog: "Vai ser sobre o quê? Filme é?"
Pâmela: "Vai ser sobre filme também é? Vai competir com Sophia é?"
Veluma: "Vai escrever sobre o quê? Sobre filme é?"
Thairane: [sem reação] Ela ainda não sabe!
Raízza: [cri... cri... cri...] Ela também não sabe.

Amplexos.